A BIBLIOTECA COMO ESPAÇO VIVO
- O Jornal do Jequitinhonha
- 23 de mar. de 2020
- 2 min de leitura

Existe uma grande distância entre bibliotecas e a sociedade brasileira. A educação não descobriu ainda a importância das bibliotecas. Não há uma preocupação da escola de que a biblioteca é um espaço essencial. Há uma preocupação das bibliotecas de que o sujeito fique sentado lendo sem perceber que existem outras formas de leitura. A sociedade brasileira instiga a diferenciação entre o analfabeto e o alfabetizado. O analfabeto carrega o estigma da vergonha, por não saber ler. O alfabetizado carrega o estigma da arrogância, por saber ler. Tal barreira há de ser quebrada, promovendo e interagindo as duas condições.
O espaço das bibliotecas há de ser um espaço de difusão cultural para romper com o modelo europeu de bibliotecas, ou seja, levar ao leitor o livro e o silêncio. A biblioteca tem de ser um espaço de constante erupção cultural. Uma Biblioteca latente, viva, aglutinadora de manifestações culturais.
É importante também a sinalização da biblioteca, é preciso plaquinhas com referencias literárias, é preciso espaço para circulação. A biblioteca tem de ser um espaço onde possam ser desenvolvidos projetos inerentes à leitura, exibição de vídeos e documentários, rodas de conversa e de leitura, saraus, tecendo um outro olhar para a atividade da leitura. A cultura do audiovisual é essencial para o desenvolvimento humano tendo ao mesmo tempo uma biblioteca atraente e colorida e permitir livre acesso da criança aos livros. A leitura do mundo precede a invenção da palavra escrita e é por isso mesmo que uma biblioteca tem o papel de difundir as inúmeras possibilidades de ações culturais em sua grade de programação.
Atirando um olhar não muito aguçado, podemos perceber que as bibliotecas hoje são meros depósitos de livros, espaços mortos. Não há uma tentativa de mostrar as crianças como o livro serve à vida das pessoas. É preciso transformar as bibliotecas em ambientes vivos, de felicidade, lugar onde se procura e se acha algo que nos preencha. Não existe um modo único de incentivar a leitura. Alguém apaixonado por livros é alguém que fara leitores. Paixão pelos livros se transmite, pega, irradia. Um professor apaixonado por livros irá contaminar muitos estudantes .
O incentivo à leitura deve partir das escolas e a melhor forma de se fazer isso é lendo livros para crianças e depois fazer com que elas interajam com os livros, é a formação dos leitores de amanhã. Também a leitura de poemas é uma maneire eficaz para que o indivíduo exercite sua capacidade criadora, sua parcela de sensibilidade, seu olhar para algo subjetivo e ao mesmo tempo importante, belo passível de sentimentos mais puros e relevantes para o ser humano.
Escrito por: Cláudio Bento
Poeta,compositor e produtor cultural

Comments