Bons tempos aqueles
- O Jornal do Jequitinhonha
- 9 de abr. de 2020
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Nesta época de pandemia e isolamento social, o tempo toma proporções faraônicas. Como gosto muito de escrever, ler, pintar e meditar, não tem sido nada entediante, como muitos, aliás, estão achando.
Hoje um saudosismo invadiu-me e eu me vi, com minha mãe, lá na minha infância, quando ela cantava para mim uma linda cantiga de ninar. Música que até hoje me emociona e me transporta para um lugar lindo, onde não havia sofrimento nem preocupação. Lá na roça onde meus pais moravam e onde eu sempre passava as férias. Eu e meus irmãos a brincar no curral, a subir nas goiabeiras, a fazer panelinhas de barro enquanto minha mãe fazia as talhas, potes e panelas de fazer requeijão. Tempo bom, família reunida, liberdade, felicidade. A vida era comer e brincar, lá na Fazenda Campo Alegre, município de Felisburgo, onde nasci. Vim morar aqui aos cinco anos de idade. Mas todas as férias era para lá que íamos, eu e meus irmãos, porque meus pais já estavam lá.
A cantiga é a seguinte:
Vem cá Vitu,
Vem cá Vitu,
Vem cá, vem cá, vem cá, Não vou lá, não vou lá, não vou lá
Tenho medo de apanhar
Vem cá, meu bem,
Vem cá, meu bem,
Vem cá, meu coração,
Já vou lá, já vou lá, já vou lá, Levar flores pra São João.
Bons tempos aqueles!
Escrito por: Edinalva Rodrigues Ramalho (professora, poetisa, palestrante, compositora)
Foto: SOUJEQUI (https://www.instagram.com/p/BWUnPEPA5rT/)
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