CLÁUDIO BENTO: 40 ANOS DE POESIA
- O Jornal do Jequitinhonha
- 10 de mar. de 2020
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Foto: F5 Fotografias
Tudo começou quando sentado nas areias brancas do rio Jequitinhonha escrevi um poeminha singelo intitulado Canoa Quebrada, inspirado nas velhas canoas abandonadas nas barrancas do rio pelos canoeiros. Antes eu havia escrito outro poeminha chamado Natural, publicado no jornalzinho do Grêmio Estudantil do Colégio São Miguel e musicado pelo poeta e compositor Caio Duarte.
Minha poesia nasceu e floresceu concomitantemente com o advento do Festivale – Festival da Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha. O compositor Rubens Espíndola, que me foi apresentado pelo mesmo Caio Duarte, musicou Canoa Quebrada, finalista do festival da canção do terceiro Festivale realizado na cidade de Itaobim em 1982.
Por essa época outro poeta, o Wellington Miranda, mostrou-me uma brochura datilografada com poemas de Manuel Bandeira, Carlos Drummond, João Cabral de Melo Neto e outros poetas. Foi quando pensei comigo, ora, se era possível criar uma brochura datilografada com poemas de poetas já consagrados, poderíamos muito bem publicar meus poemas que estavam em curso naquele início dos anos oitenta, quando a cidade de Jequitinhonha experimentava uma grande efervescência cultural através do grupo teatral chamado Gruteje, do jornalzinho do colégio e das nossas experiências com a poesia e a música.
E foi assim que publiquei meu primeiro livro mimeografado, com capa de cartolina e pintada à mão pelo meu tio Sebastião Bento, cujo título, Jequitinhonha: Barro E Coração seria grafado através da máquina de impressão da tipografia do meu tio. E assim sistematicamente comecei a publicar meus livros. A cada Festivale lá estava eu com um novo livro. Foi assim que meu nome ficou conhecido nas cidades do Vale do Jequitinhonha.
É importante citar que os concursos literários que comecei a ganhar já no início dos anos 90, impulsionaram minha carreira literária fazendo-me acreditar que minha obra possuía algum valor, assim como um selo de qualidade. Fui premiado no Festival de Poesia de Pirapora, no Concurso Nacional de Poesia de Coluna, no Concurso Nacional de Poesia de Paraopeba e no Concurso International da Rádio France de Paris, na França.
Neste ano de 2020 quarenta anos se passaram desde os rabiscos dos primeiros poemas escritos às margens do rio. Fui premiado em outros muitos concursos de poesia e continuo acreditando no poder da palavra escrita para a construção de um legado que ocupará os almanaques da posteridade.
Escrito por: Cláudio Bento
Poeta, compositor e produtor cultural

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